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Incrível ver como empresas de naturezas tão distintas estão produzindo artigos que tem no centro o mesmo propósito

11/03/2016 – 23:03 – André Zimmermann – Meio e Mensagem

wearables

Primeiro dia de evento e já vi alguns bons conteúdos. Comecei o dia vendo um painel sobre ad blocking. Fiquei feliz de ver que boa parte do que eu escrevi neste artigo de Proxxima também foi dito neste painel. Basicamente a indústria publicitária abusou do uso de anúncios altamente intrusivos e excessivos durante muitos anos até um ponto que saturou a paciência de muitos consumidores. O crescimento da adoção de ad blockers por parte das pessoas é uma reação natural a isso. Essa reação, que a princípio assusta, contribuirá no médio prazo a construir uma indústria publicitária mais relevante. Haverá uma evolução também das soluções de ad blocking, incluindo filtros que refletem melhor o que as pessoas querem de verdade das marcas.

Na minha segunda sessão do dia, Samsung, Microsoft e Under Armour desfilaram os seus mais recentes portfólios de wearables, artigos conectados que as pessoas usam no corpo. Incrível ver como empresas de naturezas tão distintas estão produzindo artigos que tem no centro o mesmo propósito, que vai muito além de entreter e buscam melhor a vida das pessoas e, no caso dos aplicativos de controle de saúde, aumentar a expectativa de vida de quem os usa. Nesta linha, uma das perguntas da plateia veio de uma pessoa do Paquistão, querendo saber se o fato destes dispositivos ainda serem muito caros, isso não ajudaria a aumentar ainda mais a distância entre países ricos e pobres, fazendo com que as pessoas dos países ricos, com acesso a toda essa inovação, vivessem ainda melhor e por mais tempo, enquanto que as pessoas de países pobres, sem o privilégio deste acesso, seguiriam vivendo nas mesmas condições por muito tempo. Apesar dos painelistas apontarem que os custos dos dispositivos tendem a cair e que, em algum momento, todos terão acesso, eu pessoalmente acredito que isso pode levar um bom tempo e pode, nesse ínterim, contribuir sim para um maior distanciamento entre ricos e pobres no mundo.

Na sessão seguinte que vi, representantes do Washington Post, da Associated Press e da Vox Media discorreram sobre as novas formas de monetização dos grupos editoriais, que passam por criação de conteúdo para marcas, licenciamentos, experiências imersivas de VR e AR, eventos, tecnologia de publicação e analytics para agências. Parece que por fim esta indústria está se reinventando e buscando sobreviver trabalhando e inovando, deixando de apenas queixar-se ou buscar culpados pela evolução da forma de consumo de notícias. Que bom! Achei interessante ainda ver que o cargo das pessoas que estavam no palco não era mais de diretor de vendas ou comercial, mas sim de Chief Revenue Officer, ou seja responsáveis por gerar receita, venha ela de onde for.

Como último destaque do dia, na sessão da era dos influenciadores digitais, achei muito interessante a colocação da palestrante, Amber Venz Box, co fundadora da rewardStyle, uma empresa milionária com usuários em 242 países e que conecta influenciadoras de moda e estilo com marcas de roupa e acessórios, gerando vendas diretas pras companhias. Falando sobre a nova geração de influenciadores digitais na qual ela se inclui , ela disse: “Não somos mais inteligentes, mais capazes ou sabemos escrever melhor que os influenciadores de gerações anteriores à nossa, apenas somos mais populares, porque sabemos usar todos as ferramentas sociais da era digital que estão à nossa disposição para chegar a um grande número de pessoas, ganhando escala e relevância.” Simples assim.

André Zimmermann é sócio da NetCos, Smartclip, ADTZ e Blasting News

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