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A construção civil enfrenta hoje dois grandes desafios. O primeiro, mais localizado no hemisfério sul do planeta, é como resolver os enormes índices de déficit habitacional nos países em desenvolvimento. O segundo, que implica diretamente a todo o planeta terra, é conseguir fazer com que as construções não respondam mais pela maior culpa das mudanças climáticas, como o aquecimento global.

A maior parte da energia gerada no planeta vai para movimentar a vida nas cidades e suas construções, a maior parte do que é retirado da natureza como recursos naturais abastece o mercado da construção e um dos maiores tipos de resíduos descartados vem das demolições.

Para estes dois grandes desafios existem soluções simples, vindas das mais simples comunidades que, há milhares de anos, resolvem suas necessidades de habitar.

 

 

 

As construções tradicionais vêm e continuaram a responder pela maior quantidade de habitações, principalmente nos cantos mais pobres do mundo. Uma construção tradicional é vernacular por essência, ou seja, utiliza materiais e técnicas próprias de seu lugar, demanda pouca energia para sua construção e demonstra enorme respeito ao meio na qual está edificada; fazendo parte assim do amplo leque das construções sustentáveis.

Dentro deste universo das construções tradicionais, o tipo que mais se destaca e talvez a mais antiga sejam as construções com terra.

Aproximadamente metade das construções em países em desenvolvimento utilizam a terra e técnicas com barro como a base de suas construções. Isto nos leva a uma proporção de um terço da humanidade vivendo em habitações deste tipo.

No Brasil, principalmente no sertão nordestino, as condições políticas e sociais definiram, por vezes, o contexto na qual a parte da população mais humilde encara a vida sobrevivendo de forma transitória.

Por isso, faz parte desta estratégia construir casas provisórias com as de pau-a-pique. A aparência rústica e não acabada vêm exatamente deste fato, onde tudo é dinâmico e provisório.

Da elite às camadas mais populares, as construções com terra são tratadas com preconceito hoje em dia. São ligadas á miséria, a abrigos temporários que não se encaixam nos padrões de uma casa acabada e permanente.

Não só no Brasil, mas em todo mundo depois da industrialização, a terra foi negligenciada e considerada inferior na medida que novos materiais que eram descobertos, além de não existir um padrão para se trabalhar em escalas de massa.

Se levarmos em consideração que ainda hoje preferimos moradias salubres, com ambientes ventilados e bem iluminados, atualmente cresce a tendência das construções econômica e energeticamente eficientes. Assim ao se projetar uma construção com barro ou adobe devemos avaliar também suas vantagens e desvantagens.

Saiba os prós e contras das construções por adobe:

Vantagens

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    O barro é um material reutilizável. Quando não cozido, pode ser triturado e umedecido para voltar ao estado original. Sendo assim não gera resíduos em uma obra e não contamina o ambiente.

  • O barro é um material econômico. Pode ser encontrado na maioria das vezes, próximo aos locais de obras e, por vezes, pode vir a substituir outros materiais de construção. Não necessita de muita energia integrada à obra, ou seja, em sua preparação, transporte e armazenagem, muito pouco é gasto.
  • Excelente regulador de umidade, o barro tem a propriedade de expelir e armazenar água devido à alta capilaridade de suas moléculas. É um material muito poroso. Construções de barro podem absorver até 30 vezes mais umidade do que uma de tijolo cozido. Ambientes sob paredes de barro se tornam salubres, pois há pouca variação de umidade, normalmente estabilizam em 50 % o ano todo.
  • O barro é um ótimo isolante térmico, mantendo a temperatura dos ambientes sempre balanceados.
  • O barro preserva materiais orgânicos dentro de sua mistura. Devido à alta capilaridade e ao baixo equilíbrio de umidade, o material totalmente envolto ao barro e sem contato com o exterior se mantém protegido de fungos e insetos que não conseguem se proliferar.

Desvantagens

  • As construções com terra ou adobe devem ser protegidas da umidade. O barro não é um material impermeável e se desintegra rápido ao contato direto com a chuva.
  • Uma construção unicamente edificada com terra não é própria para edifícios com mais de um pavimento, principalmente em climas que não sejam secos.
  • O barro não é um material padronizado. A quantidade e o tipo de areia, argila e outros agregados varia de cada lugar onde a terra é extraída.
  • Ao secar, o barro se contrai e podem aparecer fissuras. Para diminuir este processo é necessário, (enquanto o barro seca), mantê-lo sempre umedecido para que não seque rápido demais.

Veja Mais: http://ambiente.hsw.uol.com.br/adobe.htm

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