Afirmação foi feita pelo secretário Mauro Arce. Agência Nacional de Águas diz que medidas adotadas pelo governo Alckmin podem comprometer abastecimento em 2015
SÃO PAULO — A atual reserva do Sistema Cantareira, que abastece 6,5 milhões de pessoas na Grande São Paulo, deve durar, caso não chova, por mais 57 dias, até 21 de novembro. A afirmação foi feita nesta quinta-feira pelo secretário estadual de Recursos Hídricos, Mauro Arce. Ele disse ainda que o governo estadual vai incentivar a construção de poços.
Nesta quinta-feira, o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) fez na Zona Oeste da capital paulista um protesto contra a falta d’água na periferia de São Paulo. Cerca de 2 mil manifestantes, segundo a PM, saíram do Largo da Batata e caminharam até uma das sedes da Sabesp, em Pinheiros, onde realizaram a dança da chuva. Os manifestantes chegaram a interditar uma das pistas da Marginal Pinheiros. O MTST diz que 6 mil pessoas participaram do ato.
— Continuando sem chover, o atual volume do Cantareira nos garantiria mais 57 dias, até 21 de novembro. No Alto Tietê, dura mais, daria 88 dias. Nós temos o segundo volume (do Cantareira) que estamos preparando para usar e só o faremos se houver necessidade — afirmou Arce.
O Alto Tietê, segundo maior reservatório do estado, abastece 4,5 milhões de paulistas e nesta quinta-feira opera com 12,1% da sua capacidade. Já o Cantareira, contando o volume morto, tem 7,4% doe volume armazenado.
Na terça-feira, o diretor-presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), Vicente Andreu, disse que as medidas tomadas pelo governo paulista para evitar o racionamento de água na região metropolitana de São Paulo podem comprometer o abastecimento de água no ano que vem.
Desde maio, São Paulo utiliza o chamado volume morto do Cantareira, uma quantidade de água que está abaixo dos canos de distribuição.