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Antes de dar início às ações em 2015, entidade reúne educadores para alinhar conhecimento; fóruns de educação empreendedora aconteceram em Toledo e Terra Roxa

criançaNa última semana de março, cerca de 130 professores, diretores, pedagogos, coordenadores de escolas municipais e secretários de educação estiveram reunidos para pensar na educação de crianças que estudam do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental. Desde o ano passado, elas têm sido protagonistas do Jovens Empreendedores Primeiros Passos (JEPP), projeto que integra o Programa Educação Empreendedora, iniciativa do Sebrae/PR para estimular sonhos e atitudes empreendedoras em crianças.

Nos encontros, que aconteceram em Toledo e Terra Roxa, os educadores que participaram do Educação Empreendedora em 2014 trocaram ideias e experiências para os educadores que iniciarão o projeto neste ano. “Foi uma experiência única ver as informações fluírem entre eles e ainda poderem rever os conceitos trabalhados no programa para iniciarem as atividades renovados e comemorando os resultados”, explica Elisangela Rosa, consultora do Sebrae/PR e coordenadora do Educação Empreendedora no oeste do Paraná.

Os encontros foram conduzidos pela consultora credenciada ao Sebrae/PR, Marta Schumacher. “Para ensinar educação empreendedora é preciso ser empreendedor e, em encontros como esses, percebemos que há muita gente engajada nesse propósito. Com o diálogo e troca de experiências, a ansiedade e apreensão inicial vão se dissipando e se transformam em felicidade e realização com o decorrer do projeto até a fase final, que é a realização de feiras que unem a comunidade escolar”, sintetiza Marta Schumacher.

Nos fóruns, a ideia foi contextualizar a realidade do mundo atual, a fim de que os participantes refletissem sobre os impactos dele nas crianças e como podem cooperar para que o futuro desses alunos seja melhor. Além disso, os educadores conheceram os resultados do Programa em 2014 e quais os eixos e metodologia que norteiam o Educação Empreendedora. “No ano passado, atendemos 6 mil alunos na região oeste paranaense. Neste ano, a previsão que sejam atingidos 22 mil”, acrescenta Elisangela Rosa.

Metodologia

A professora Cristiane Batista Farias Mariussi, de Tupãssi, foi uma das 178 que aplicaram o Educação Empreendedora em 2014 na região. Ela conta que, de início, a sensação foi que não iria “dar conta” de aplicar um projeto tão especial, mas, ao final, foi impressionante a mudança de foco nos estudantes. “Minha turma era do 3º ano e percebi que eles aprenderam muito com o trabalho coletivo. Desenvolveram a liderança, que é imprescindível para o futuro deles. Além disso, aprenderam a inovar, ter iniciativa, fazer a diferença seja com o que estiverem fazendo”, relata Cristiane.

O JEPP, salienta Elisangela Rosa, do Sebrae/PR, inicia com a capacitação dos professores para que consigam aplicar a metodologia do Educação Empreendedora em sala de aula, que é, efetivamente, onde o projeto acontece. “Os professores são referência para os alunos, não só no Programa, mas em todas as suas ações. A educação pode mudar o rumo de muitas vidas e o Programa tem por objetivo ajudar a fazer com que isso aconteça”, destaca a consultora.

A metodologia do Educação Empreendedora é repassada aos alunos por meio de aulas diferenciadas, que estimulam as características empreendedoras nas crianças por meio de atividades lúdicas. “Os alunos ficavam ansiosos pelas aulas de empreendedorismo e isso também era um desafio. Confesso que não esperava resultados tão positivos. Eu me surpreendia com as crianças a cada encontro. Cheguei a sair da sala chorando em uma das primeiras aulas, de tanta ansiedade. Foi emocionante e gratificante”, expõe a professora do 5º ano, Nerli Ferrari Lourini, também de Tupãssi.

Estímulo a novos talentos

Quem não sabe onde está nem para onde quer ir pode se perder facilmente. A frase, dita por Marta Schumacher durante o Fórum de Educação Empreendedora em Toledo, resume um pouco do papel que os educadores têm com as crianças. “Precisamos estimular o sonho das nossas crianças para que elas possam extrair deste a motivação para fazer diferente. Não cortem os sonhos delas. Estimulem as crianças a caminhar em direção aos sonhos, por menores e mais simples que possam parecer.”

Para a diretora de escola municipal em Lindoeste, Neiva Salete de Oliveira, o Educação Empreendedora realmente trouxe sonhos. “Além de refletir na autoestima do professor, que via seu trabalho sendo absorvido pelos alunos, o maior resultado apareceu nas crianças, com certeza. Eles despertaram interesse por coisas que nunca haviam pensado antes, como novas profissões. Neste início de ano, já perguntaram quando vamos começar novamente”, assinala.

Neiva lembra, ainda, do aprendizado para a vida que o Programa traz. “Tivemos um aluno do 5º ano, com dificuldade de aprendizagem nas disciplinas curriculares, que surpreendeu. Ele ficou responsável pelo atendimento aos clientes na feira do final de ano e ficamos encantados com o desenvolvimento dele. Conhecia tudo sobre os produtos que estavam à venda, se relacionava muito bem com os ‘clientes’. Foi a prova viva de que, quando estimuladas, as crianças afloram talentos que estavam escondidos”, constata a diretora.

Resultados concretos

Rosali Freiberger Schmoeller, de Quatro Pontes, também compartilhou experiências positivas vividas com o Educação Empreendedora em 2014. “Acompanhei a turma por acaso, pois sou professora de informática. Mas vivi uma experiência tão positiva que neste ano vou participar novamente. Depois do aprendizado em sala, os alunos ficavam responsáveis por fazer uma feirinha na escola. Com os lucros das vendas, cada turma resolvia o que fazer com o dinheiro. Decidimos por ter uma ‘tarde de cinema, com direito a pipoca e refrigerante’ em Toledo e cada estudante ainda levou para casa R$ 32”, indica.

Dias depois, a professora encontrou a mãe de uma aluna, agradecida e orgulhosa. “Com o dinheiro que sobrou, a filha pediu pra mãe ir até um banco e abriram uma poupança em nome da criança. Esse relato me fez enxergar o quanto podemos fazer a diferença no futuro de nossas crianças e o Educação Empreendedora nos dá embasamento para que isso aconteça”, revela.

Rute dos Reis Juwer é Secretária de Educação de Quatro Pontes e mãe de aluna do Ensino Fundamental. “Quando conhecei o Programa, por meio do Cidade Empreendedora (outra solução do Sebrae/PR, com foco na Lei Geral da Micro e Pequena Empresa), me apaixonei e fiz muita questão de que ele fosse aplicado em nosso município. No começo, tivemos alguma resistência, por receio dos professores, mas o desenvolvimento foi maravilhoso. Como mãe também pude acompanhar o processo e via que minha filha evoluía não só nas atitudes, mas até no modo de falar, dava pra ver que realmente estava aprendendo a empreender”, salienta Rute.

A diretora de escola municipal em Tupãssi, Edina Regina de Godoy Ribeiro projeta um 2015 ainda melhor na aplicação do Educação Empreendedora. “Os alunos ficaram tão envolvidos com o Programa que fomaram grupos junto a professores para divulgar a feira do final do ano de comércio em comércio na cidade. Com isso, aprenderam a fazer parcerias. No ano passado tínhamos 10 empresas parcerias, que ajudaram na montagem da feira. Para este ano, já temos uma lista de 20 querendo ajudar com o que for necessário”, afirma Edina.

O professor Hilário Cezar Nunes, de Lindoeste, vai chamar alguns alunos que fizeram parte do projeto no ano passado para relatar sobre como foi participar do Educação Empreendedora para as crianças que serão envolvidas neste ano. “Os relatos devem estimular mais ainda. E eles já estão cheios de vontade de fazer acontecer. Cabe a nós, professores, esta tarefa de organizá-los e estimular que façam a diferença na escola e nos seus futuros”, exclama o professor.

  • Estado:Paraná

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